12 maio 2014

O Bom Maldoso

O bom na maldade, ou como diria o poeta: "perfeito na sua imperfeição"

Nunca acreditei na existência de gente ruim, sempre pensei que  o que existe mesmo é gente doente, ou seja, gente com problemas psicológicos, emocionais, psíquicos, intelectuais, químicos, orgânicos e até espirituais. Sempre pensei que uma pessoa com tudo funcionando em perfeitas condições de saúde não seria capaz de fazer maldade sabendo que é maldade apenas por maldade. No entanto, parece ser natural do ser humano dar defeito de vez em quando e se lançar a cometer algum mal. Mas o bom senso, aquela vozinha positiva e bondosa dentro da cabeça, mais cedo ou mais tarde detecta o erro. Quando detecta antes, a maldade nem chega a acontecer e morre ali mesmo no pensamento. Quando detecta depois, logo pára, se arrepende, volta a trás e tenta corrigir. Digamos que o bom Cristão, por exemplo, sabe bem como é principalmente detectar antes.

Ocorre que muita gente por aí acha bonito tentar combater uma maldade com uma maldade ainda maior, ou seja, uma ignorância com outra maior, uma indelicadeza com uma estupidez.

Como se o bom fosse aquele que se vingou, devolvendo com a mesma moeda, porém, em proporções maiores. Invertem o valor da bondade formando um errôneo valor moral no qual se orgulham de serem os campeões, numa disputa pra ver quem é o "mais ruim". Tudo isso pra tentar corrigir alguém, fazer uma espécie de justiça, porém, na verdade, não passa de uma inútil vingança. E assim se acham os bons, tomando uma das posturas mais anticristo possíveis. Tudo bem se você não é Cristão, mas a não violência, a paciência e tolerância, são valores em qualquer lugar do mundo. Combater o mal com um mal maior sem antes, na medida do possível, buscar outras formas,  é espalhar mais maldade de graça.

Às vezes, o simples ato de fulano, conhecido seu, passar por você e não falar, e você decidir fechar a cara pra fulano por isso, pode ser caraterizado como retaliação, vingança e justiça com as próprias mãos da sua parte. 

Este princípio de vingança, mais cruel que olho por olho e dente por dente, é que pode estar dando base para o surgimento de grupos de pessoas que pensam estar fazendo justiça com as próprias mãos. Lógico que, se alguém comete um crime, tem que pagar. E se, a pena não for justa, lutemos para reformar as penas. Que haja pena de morte, se for o caso. Mas tem muita gente se vingando, achando que está fazendo justiça. Em princípio, justiça com as próprias mãos poderia ocorrer de forma correta, se for mesmo justa. 

Um juiz estuda anos, usa frieza e todo conhecimento existente no seu ramo e ainda erra as vezes. Imagine um grupo de pessoas emocionadas e sem informação? Ou seja, justiça com as próprias mãos não é pra tudo mundo. Esse tipo de justiçamento é perigoso, pode até funcionar em algum caso, em algum momento, mas pode também gerar injustiças e problemas maiores. Um grupo de pessoas revoltadas e no calor da emoção não têm juízo algum. Já pensou se você contraria um grupo desses e eles resolvem te agredir? Mesmo que você esteja com a razão, o que os impediria de cometer uma trágica injustiça com você? Esse é um dos grandes perigos que corremos se essa onda de justiça com as próprias mãos aumentar.

A melhor maneira de diminuir a maldade em todos os sentidos, talvez seja espalhando bondade, mas também lutando por um Estado mais justo, mais rígido, mais democrático e com mais oportunidades, onde as pessoas possam ter mais condições para praticar desde a bondade com amigos e pessoas próximas, até a adequada punição cabível aos criminosos.   



Mantenha-se firme e forte na bondade boa! Na verdadeira bondade! O máximo que você puder.


        



         TODA MALDADE PROCEDE DA FRAQUEZA - ROUSSEAU

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