16 janeiro 2014

O Dinheiro É Quem Manda

Eleitor consciente não se convence facilmente, sabe que não deve agradecer qualquer governo por realizar uma obra como por exemplo a do Expresso DF. Não se deve agradecer um governo por trabalhar. Quem trabalha no Governo já é bem gratificado, aliás estão entre os mais bem pagos e cheios de regalias do mundo. Isso não é uma crítica específica ao governo atual. 

A conclusão de tal obra tão necessária, também não é razão para se comover e melhorar a opinião sobre qualquer governo que seja, ainda mais quando se sabe que a obra será concluída de maneira simplificada, além de estar atrasada, talvez dez anos ou mais, já que governos anteriores planejavam implantar metrô nessa região.  

Acontece que não é o povo quem manda e nem tanto um governo de pessoas sem compromisso no poder político e público. O poder econômico é realmente o grande controlador de tudo. Continuemos como o exemplo  de Brasília para fundamentarmos isso. Em Brasília, Antigas empresas de transporte coletivo vinham ganhando com os atrasos nos planos para melhoria da mobilidade, dando um jeitinho para manter suas concessões, mesmo oferecendo um péssimo serviço que afetava primeiramente a classe trabalhadora. Porém, chegou um momento em que o problema da mobilidade pública atingiu diretamente os ricos, são os enormes congestionamentos, então ficou estressante dirigir. 

Logo, pessoas da alta sociedade ou mesmo a industria automobilísticas podem estar influenciando, bem mais do que se imagina, na cobrança de obras para desafogar o trânsito, como a ampliação, restauração de vias e construção de novos viadutos. Viadutos? Obras? É aí onde entram as empreiteiras. Contratar com o governo uma obra desse porte é um ótimo negócio. Se você é empreiteiro e fez doações anteriores para ajudar na eleição do seu político preferido, estes, se corruptíveis,  podem mexer alguns pauzinhos para te ajudar a vencer a licitação.

Visualizar o poder econômico mandando e desmandando num país não é simples, por que muitas vezes ele está dentro do poder político, às vezes por meio de paus mandados, como no caso do sujeito que se elege com doações de pessoas jurídicas (empreiteiras, empresas automobilísticas e de transporte coletivo etc) ou mesmo o próprio empresário ou seus parentes que se elegem.

É da essência da corrupção  o rico querer ficar mais rico oferecendo algo para obter vantagem, logo, a honesta presença do Estado poderia diminuir a corrupção, mas se o Estado é possuído pelo poder econômico fica difícil ver um país melhor.

Se não são os políticos quem "mandam" no país representando e trabalhando para o povo, em especial para aqueles que mais precisam, são eles os únicos diretamente com capacidade e obrigação de melhorarem o país e diminuir a corrupção. Acreditamos que a maioria dos políticos são honestos e que não estão lá por obrigação, portanto, se o nível de corrupção está acima do tolerável, se a insatisfação do povo aumenta cada dia mais, o problema não está em alguns poucos políticos que causam descontentamento. A maior crítica deve ser dirigida aos bons políticos, os honestos que se dizem a maioria. Por que não endurecer o Sistema público que os carrega no colo? Por que não fazer uma verdadeira reforma política? Um Estado firme e justo, dificilmente permitiria a entrada de suspeitos e mal intencionados para fazer parte, e caso entrassem, logo que fossem descobertos, rapidamente seriam colocados para fora.  

Fim de doações de pessoas jurídicas para campanhas eleitorais e para partidos, fim do voto secreto parlamentar, fim da verba indenizatória, revogação de mandato... seria um pouquinho desse endurecimento, mas ainda seria pouco, quem não deve não teme. E se alguma mudança vem ocorrendo somente agora, tudo leva a crer que seja pela força das grandes manifestações que ocorreram em meados de 2013.

O poder econômico selvagem é um vírus que contamina o poder político e infecta o poder público enfraquecendo assim o sistema democrático. Talvez seja o que mais mata a política brasileira e a dignidade do povo.

Tudo leva a crer que, as obras para melhoraria da mobilidade em Brasília agradaram primeiramente o poder econômico, empreiteiras, industria automobilística, usuários de carros de passeio; devido também ao modelo das obras, focadas na ampliação das vias, criando mais faixas de rolamento.

Quanto ao pobre resta se confortar com seu cabresto de humildade, fé e esperança:


(Pensamento de terceiros)


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